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II Congresso Brasileiro Fissuras Lábio Palatinas e Anomalias Craniofaciais
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XI Congresso Brasileiro de Fissuras Lábio Palatinas e Anomalias Craniofaciais reúne mais de 300 participantes
Evento torna-se marco nas comemorações dos 40 anos do Hospital Sobrapar
Mais de 300 profissionais de saúde e 25 convidados internacionais participaram do XI Congresso Brasileiro de Fissuras Lábio Palatinas e Anomalias Craniofaciais, organizado pelo Hospital Sobrapar Crânio e Face para comemorar seus 40 anos de atividades. O evento da Associação Brasileira de Fissuras Lábio Palatinas (ABFLP), que celebra 50 anos em 2019, reuniu importantes profissionais do Brasil e do mundo para compartilhar experiências nas diversas especialidades que envolvem os tratamentos das fissuras e anomalias craniofaciais, como a cirurgia plástica, cirurgia crânio-maxilo-facial, buco-maxilo, ortodontia e odontologia, fonoaudiologia, otorrinolaringologia, psicologia e serviço social.
“O Hospital Sobrapar e a ABFLP são duas importantes entidades parceiras de longa data que trabalham no desenvolvimento do tratamento dos pacientes fissurados. Ambas procuram agregar todos os profissionais que compõem o tratamento multidisciplinar, estimulando o desenvolvimento científico e organizando congressos com profissionais do Brasil e exterior renomados internacional e nacionalmente”, disse o presidente da ABFLP, Géza Lászlo Urményi. A ABFLP foi criada por um grupo liderado pela Dra. Lucy Dalva Lopes, formado por estudiosos que buscavam dar às crianças com fissura lábio palatina um tratamento de excelência nos aspectos físico, funcional e psicológico.
O congresso trouxe, entre os destaques, convidados norte-americanos como o médico Henry Kawamoto, de 82 anos de idade, que é considerado um dos principais nomes da cirurgia plástica e craniofacial do mundo. Kawamoto e o fundador do Sobrapar, Dr Cassio Raposo do Amaral, eram amigos e aproximaram-se ainda jovens. Durante o Congresso, o norte-americano homenageou Dr. Cassio como o cirurgião que iniciou o tratamento multidisciplinar de fissuras e anomalias craniofaciais no Brasil em 1979, com a fundação do Hospital Sobrapar.
Já o cirurgião plástico James Bradley ressaltou que a comemoração dos 40 anos do Sobrapar é a celebração da paixão. “O cirurgião plástico Cassio Eduardo Raposo do Amaral continua a tradição de seu pai ao receber e dar as boas vindas aos convidados internacionais e brasileiros. Com o irmão Cesar Augusto, também cirurgião plástico, vemos a paixão em tratar as pessoas que tanto nos emociona”.
Eric Hubli, membro do board do Smile Train, abordou o tema “Transformando o mundo com um sorriso de cada vez” em sua conferência. Ao relembrar a trajetória do chinês Charles Wang, fundador do Smile Train, um gênio da computação que, em 1999, optou por criar a instituição, Hubli destacou que legado não é o que se deixa para trás, mas sim o fato pelo qual o mundo irá se lembrar de alguém. Estima-se que, anualmente, 200 mil crianças nasçam com fissuras lábio palatinas. “Comemoramos 20 anos. Hoje estamos em 90 países, com 2.000 profissionais e 1,5 milhão de pacientes que fizeram cirurgia de fissura. O mais importante é o que pudemos fazer pelas crianças e seus familiares nesse período”.
“Síndromes genéticas e malformações craniofaciais – o que todos deveriam saber” foi o tema da conferência de Alexandre Vieira, diretor de Pesquisa Clínica no Departamento de Biologia Oral da Faculdade de Odontologia na Universidade de Pittsburgh, que abordou o risco aumentado para o câncer observado em pacientes fissurados e seus familiares. Carioca, dentista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Vieira vive nos EUA há 20 anos e desde então tem a fissura lábio palatina no centro de suas pesquisas. Pacientes da Turquia, Letônia, Brasil e Índia foram estudados e, em seus próximos passos, o pesquisador buscará entender como a mutação genética aumenta o risco de câncer, quais os fatores de risco e assim tentar intervir no sentido de ampliar a longevidade e melhorar a qualidade de vida dos fissurados e familiares.
O tema reconstrução de orelhas foi discutido por vários cirurgiões plásticos e craniofaciais, dentre eles, o cirurgião plástico do Hospital Sobrapar, Cesar Augusto Raposo do Amaral e profissionais internacionais, com técnicas utilizadas atualmente para a reconstrução de orelhas em portadores de microtia – uma anomalia congênita no pavilhão auricular, caracterizada por um mau posicionamento das estruturas anatômicas ou mesmo a ausência delas.
Mesas compostas por fonoaudiólogos e otorrinolaringologistas nacionais e internacionais abordaram as desordens alimentares e as condutas sobre as alterações de audição e das vias aéreas. “O objetivo desses debates foi desenvolver um raciocínio funcional e interdisciplinar que favoreça a adoção de condutas assertivas. Participaram profissionais de muitos centros de reabilitação de pacientes do Brasil e de outros países, como os especialistas chilenos Karen Goldschmied (fonoaudióloga membro da Latin American Craniofacial Association – LATICFA) e Álvaro Pacheco (otorrino pediátrico, docente da Universidade do Chile). Isto já é um grande avanço nas discussões, pois cada um trará à luz suas vivências e realidades”, acredita Anelise Sabbag, fonoaudióloga do Hospital Sobrapar e mediadora de uma das mesas de debate.
Com saldo positivo diante da troca de experiências entre os profissionais, o Congresso foi finalizado pelo dr Cassio Eduardo Raposo do Amaral, que agradeceu aos presentes pela dedicação nos dois dias de evento e por compartilharem a alegria de comemorar 40 anos de atividades do Hospital Sobrapar.
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